Está decidido. A barragem de Foz – Tua poderá arrancar em curo espaço de tempo, uma vez que o Ministério do Ambiente emitiu uma Declaração de Impacto Ambiental (DIA) favorável à sua construção. A DIA como contrapartida exige que a EDP realize um estudo com vista à construção de uma linha-férrea alternativa.

E vai ser a linha do caminho de ferro que primeiro vai sofrer as consequências desta decisão, uma vez que os primeiros quatro quilómetros de via, entre Tua e Tralhariz, vão ter que ser desactivados para que nessa área sejam feitas as prospecções geológicas e as obras necessárias ao arranque do projecto.

A decisão governamental não apanhou ninguém desprevenido, uma vez que já era este o desfecho esperado. O plano energético nacional prevê a construção de dez barragens nos próximos anos em todo o território nacional e uma delas é a barragem de Foz-Tua.

O presidente da Câmara de Mirandela ainda não foi notificado oficialmente, mas o edil ao tomar conhecimento pela comunicação social da decisão do Ministério do Ambiente reiterou a sua posição contra a construção de um empreendimento que, segundo a sua opinião, não serve os interesses da região. José Silvano também não acredita que EDP venha a construir uma alternativa ferroviária, por esta ser demasiadamente dispendiosa. O edil crê que mais tarde a linha venha a ser definitivamente desactivada.

Já o presidente da Câmara Municipal de Murça mostrou alguma satisfação pelo facto de ter sido escolhida a cota mínima para a futura albufeira. Luis Teixeira considerou a decisão do governo sensata, uma vez que o impacto causado sobre as vinhas com benefício que se situam na circunscrição territorial do seu concelho será mínimo.

O partido ecologista “Os Verdes” considera que o Governo se a está submeter aos interesses da EDP, acusando o ministro do ambiente de não defender os valores naturais. Os verdes dizem que a medida de mitigação que prevê um estudo para a construção de uma alternativa ferroviária não passa de uma hipocrisia. “ A medida minimizadora que pedem é ridícula”, disse Manuela Cunha, dirigente desta estrutura partidária.

O partido que ao longo dos últimos tempos se empenhou numa luta aberta contra a construção da Barragem do Tua promete não baixar o braços e continuar a lutar para que esta não seja construída. Pedem, por isso, que os transmontanos penalizem o Partido Socialista e o actual governo nas próximas eleições legislativas.

O Movimento Cívico pela Linha do Tua também se declarou insatisfeito com a emissão desta DIA favorável à construção do projecto hidroeléctrico. Daniel Conde, dirigente do movimento, diz que esta decisão representa “uma grande derrota para todos os transmontanos porque é o colocar de uma pedra tumular em cima do desenvolvimento de Trás-os-Montes”.

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