A edição deste ano da festa do povo de Maçores, dedicada a S. Martinho (11-13.XI), sem que tivesse olvidado os aspectos tradicionais que a caracterizam e distinguem de todas as outras festas báquicas, teve uma forte componente raiana, pois foi visitada por uma numerosa embaixada do município de Morille (província de Salamanca), encabeçada pelo delegado do governo espanhol na província, por um deputado provincial, pelo alcaide de Morille, a sua tenente-alcaide e demais vereação, além de vários professores da Universidade mais antiga da Península Ibérica (1218), acompanhados do tradicional tamborileiro (tocador de flautas e tamboril).
Com efeito, a presença de tantos castelhanos, cerca de uma centena, deveu-se ao facto daquele simpático povo salmantino vir retribuir a participação de Maçores no seu IX Festival de Poesia e das Artes no Meio Rural e II Encontro Transfronteiriço de Poesia e Arte de Vanguarda, que decorreu de 8-10 de Julho passado.
Os responsáveis pela Câmara Municipal de Morille e pela Associação Cultural El Zurguén (Morille), haviam estado na Páscoa em Maçores, na sessão ordinária da assembleia geral da Associação Cultural e Recreativa de Maçores e a convite dos seus órgãos de gestão, para apresentarem uma proposta formulada pelo poeta vanguardista extremenho Antonio Gómez, que consistiu no seguinte: confeccionarem as mulheres dos dois povos uma gigantesca bandeira (6m x 4m), a partir de retalhos de tecido de uso comum e usado, de cor branca. A “bandeira branca” da amizade. Metade seria realizada em Maçores e a outra metade em Morille. Assim se fez. Com registo de vídeo durante a sua execução.
Bandeira que foi exibida durante a realização do conceituado festival vanguardista, agora completa, com a metade que os representantes de Maçores transportaram. E assim permaneceu durante os três dias, no Centro de Promoción y Estudios de la Vía de la Plata y del Viaje, sendo que no final, sobre ela foi projectado o vídeo realizado em Maçores e em Morille.
Foi um momento de grande simbolismo, pois representou a fraternidade entre os povos da raia. Ou se quisermos, o (re)encontro de parentes tão próximos mas que há muito se encontravam separados pela linha de fronteira, linha que as ditaduras reforçaram e só agora se começa a esbater, através deste e de outros gestos que felizmente vão acontecendo.
Que esta(s) actividade(s) venha(m) a ter como corolário a geminação entre estes dois povos.
O presidente da Junta de Freguesia de Maçores, na despedida, prometeu que para a próxima, as actividades seriam ainda melhor planeadas e a festa melhor organizada -preocupação que se compreende pois a aldeia não estava habituada a receber tanta e tão distinta gente- e que para o ano que vem, seriam os maçoranos a deslocarem-se de autocarro a Morille.
Texto: Carlos d’Abreu; Fotografia: Paulo Patoleia
Com efeito, a presença de tantos castelhanos, cerca de uma centena, deveu-se ao facto daquele simpático povo salmantino vir retribuir a participação de Maçores no seu IX Festival de Poesia e das Artes no Meio Rural e II Encontro Transfronteiriço de Poesia e Arte de Vanguarda, que decorreu de 8-10 de Julho passado.
Os responsáveis pela Câmara Municipal de Morille e pela Associação Cultural El Zurguén (Morille), haviam estado na Páscoa em Maçores, na sessão ordinária da assembleia geral da Associação Cultural e Recreativa de Maçores e a convite dos seus órgãos de gestão, para apresentarem uma proposta formulada pelo poeta vanguardista extremenho Antonio Gómez, que consistiu no seguinte: confeccionarem as mulheres dos dois povos uma gigantesca bandeira (6m x 4m), a partir de retalhos de tecido de uso comum e usado, de cor branca. A “bandeira branca” da amizade. Metade seria realizada em Maçores e a outra metade em Morille. Assim se fez. Com registo de vídeo durante a sua execução.
Bandeira que foi exibida durante a realização do conceituado festival vanguardista, agora completa, com a metade que os representantes de Maçores transportaram. E assim permaneceu durante os três dias, no Centro de Promoción y Estudios de la Vía de la Plata y del Viaje, sendo que no final, sobre ela foi projectado o vídeo realizado em Maçores e em Morille.
Foi um momento de grande simbolismo, pois representou a fraternidade entre os povos da raia. Ou se quisermos, o (re)encontro de parentes tão próximos mas que há muito se encontravam separados pela linha de fronteira, linha que as ditaduras reforçaram e só agora se começa a esbater, através deste e de outros gestos que felizmente vão acontecendo.
Que esta(s) actividade(s) venha(m) a ter como corolário a geminação entre estes dois povos.
O presidente da Junta de Freguesia de Maçores, na despedida, prometeu que para a próxima, as actividades seriam ainda melhor planeadas e a festa melhor organizada -preocupação que se compreende pois a aldeia não estava habituada a receber tanta e tão distinta gente- e que para o ano que vem, seriam os maçoranos a deslocarem-se de autocarro a Morille.
Texto: Carlos d’Abreu; Fotografia: Paulo Patoleia
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