Depois de José Silvano, surge a segunda voz de autarca contra a construção da barragem na foz do Rio Tua.
João Teixeira, presidente da Câmara Municipal de Murça, é peremptório na sua posição e não concorda com a construção deste empreendimento nos moldes em que está previsto.
Segundo o edil, a barragem provocará danos irreparáveis nas culturas de duas localidades do seu concelho, uma vez que fará desaparecer grande parte das vinhas e olivais de Sobreira e Porrais, aldeias inseridas na Região Demarcada do Vinho do Porto com produções de elevada qualidade quer a nível vitícola quer a nível do azeite.
Em preparação está uma conferência de imprensa junto do rio Tua, onde o edil se quer ver acompanhado das populações locais.
A questão levanta-se a nível da sócio economia, uma vez que tanto Sobreira como Porrais são as “jóias da coroa” a nível da produção de vinho do porto no concelho. Por isso João Teixeira diz-se disposto a "defender até ao tutano" os interesses da sua população.
O presidente de Murça considera mesmo que o projecto até poderia trazer algumas mais valias económicas à região, contudo, afirma, teria que ser implementado de outra forma, sendo o modelo por ele defendido assente na construção de cinco mini-hídricas em sistema de cascata, o que possibilitaria, na sua opinião “uma capacidade energética semelhante à da barragem e permitiria poupar a linha-férrea do Tua", afirma.
João Teixeira declara estar bem informado sobre o projecto e promete exigir até às últimas consequenciais os direitos dos seus munícipes. Considera ainda que todas as negociações terão que ser feitas com firmeza, devendo ficar tudo estabelecido por escrito. João Teixeira, defende desde já que as expropriações terão que ser pagas "ao metro quadrado e não ao hectare", uma vez que “o terreno é de altíssima produtividade", conclui.
[09-02-2006] NN

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