O nome Korrontzi está relacionado com a antiga tradição do “trikitilari” (interprete de acordeão diatónico) chamado “Korrontzi”, que costumava aproximar-se todos os domingos na praça principal da cidade de Munguia (Vizcaya) em cima de um burro.Este músico transmitia alegria às pessoas que iam sair da missa das 11 horas do Domingo. Os Korrontzi querem desta forma homenagear a cultura popular basca e ao mesmo tempo estão atentos às influências de todo o mundo.
Ao som da 7LuasOrkestra teve início o primeiro de cinco concertos que o Festival traz a Alfândega da Fé. A 7LuasOrkestra é uma produção concebida especialmente para o Festival e povoou de alegria o Largo de S. Sebastião. O projecto é composto por artistas das várias nacionalidades que integram a rede Cultural Sete Sóis Sete Luas. Em palco estiveram sete prestigiados artistas provenientes dos Açores (Arminda Alvernaz), Alentejo (Celina da Piedade), Andaluzia (Manuel Cabrales), Croácia (Marko Kalcic), Sicília (Mario Incudine), Grécia (Kelly Thoma), Valência (Efrén López). Uma fusão das diversas culturas musicais, que resulta num espectáculo de música contemporânea que vai beber as suas raízes às tradições musicais do mediterrâneo.
A divulgação da música tradicional contemporânea e das artes plásticas é um dos grandes objectivos deste Festival, que faz destas manifestações artísticas a ponte para promover turística e culturalmente as localidades aderentes. Com a adesão de Alfândega da Fé, a esta rede cultural composta por 30 cidades, de 10 países, não só o concelho como a cultura transmontana passa a estar representada e a ser divulgada no âmbito das iniciativas promovidas. Isso mesmo foi referido durante a abertura da iniciativa.
Na mensagem deixada por Marco Abbondanza, o director artístico do Festival referiu-se a este como um “movimento de ida e volta”. É que se é a primeira vez que o Festival está em Trás-os-Montes, 2010 também fica marcado pela presença da cultura transmontana além fronteiras. Vai ser assim já no próximo dia 22 de Julho, com a presença do prestigiado Chefe Alfandeguense Marco Gomes na Sicília. Marco Gomes vai fazer uma demonstração das potencialidades gastronómicas dos produtos Alfandeguenses em Itália.
Este é o resultado da política traçada pela Câmara Municipal para divulgar turística e culturalmente o concelho, que encontra paralelo noutra iniciativa promovida no âmbito do Festival. Atenta à necessidade de preservar um dos traços identificativos do mundo rural transmontano, a Câmara Municipal em conjunto com AEPGA, promove a exposição “Fé nos Burros”. São vinte fotografias, da autoria de João Pedro Marnoto, que captou a relação entre o homem e este animal, em Alfândega da Fé, pois tal como afirma o artista “Sabendo que enquanto se perpetuar essa cumplicidade, haverá sempre esperança na sobrevivência da espécie que desde sempre fez parte da nossa história e memória colectiva.” Essa também a vontade da Câmara Municipal, que quer também alertar para a necessidade de reinventar a tradição, sensibilizando para os novas utilidades que pode ter este animal tanto no campo turístico, como terapêutico. Uma forma de contribuir para a preservação da espécie, mas também do mundo rural que pode encontrar neste animal uma nova fonte de rendimento.
A Exposição “Fé nos Burros” vai estar patente até 21 de Agosto, no Jardim Municipal de Alfândega da Fé, altura em que terminam as iniciativas promovidas no âmbito do Sete Sóis Sete Luas no Concelho.
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