Em tempo de S. Martinho, a terceira edição das Jornadas da Castanha realizou-se no passado sábado dia 22 de Outubro na Vila de Vinhais.
O Clube de Produtores Sonae já fez várias tentativas no intuito de trabalhar, unicamente, com castanha nacional, mas as expectativas saíram goradas e viu-se obrigado a recorrer ao exterior, dado que os intermediários da castanha nacional não efectuam um “abastecimento correcto” afirmou o representante do CPS.“No ano passado compramos cerca de 650 toneladas de castanha, mas 41% foi adquirida no estrangeiro e a restante foi obtida através de intermediários” afirmou Miguel Carvalho no seu discurso defendendo ainda que a organização dos produtores e das associações é o que falta para que a castanha nacional ganhe um lugar de destaque no mercado português, mormente nos grandes hiper-mercados.
Para que a castanha seja mais valorizada no mercado na óptica do responsável além da divulgação com selos de Denominação de Origem Protegida (DOP), que foram criados para distinguir a qualidade da castanha portuguesa, os DOP não são suficientes e urge criar uma Identificação Geográfica Protegida para salvaguardar e para reforçar a qualidade da castanha produzida em Trás-os-Montes. E, os produtores, em paralelo com os produtores e associações têm ainda que ter capacidade de primar pela calibração da castanha e não confiarem nos intermediários “que se preocupam mais em obter lucros no mercado externo do que em promover o produto no mercado nacional”.
No que concerne à castanha transmontana, Miguel Carvalho informou que as lojas da Sonae estão à disposição das associações de produtores, para fazerem o marketing directo e definirem uma imagem exclusiva para a castanha transmontana.Contudo, Eduardo Roxo, presidente da Arbórea, acentuou os problemas da comercialização da colheita de 2004, acumulados pelos produtores, afirmando que “A primeira castanha da produção estava bichada, o que criou uma má imagem para a castanha da Terra Fria.
A restante produção, que já tinha qualidade, acabou por não ser procurada pelos compradores, o que resultou num elevado prejuízo para os agricultores”.
Eduardo Roxo, suspeita que a produção deste ano vá pelo mesmo caminho dado que as condições climatéricas, tais como as fortes geadas, e a seca que se fizeram sentir na Região, contribuíram para a baixa de produção, rondando os 60% da produção média (cerca de 30 mil toneladas) e ainda para uma baixa calibragem do produto, defendendo que “É preciso equilibrar o tamanho com a qualidade do nosso produto”.
A Castanha da Padrela, a Castanha da Terra Fria e a Castanha dos Soutos da Lapa, são as três certificações que abrangem este produto, mas que ainda não se impõem nas grandes superfícies comerciais.
C.M[28-10-2005]

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