Se há bem pouco tempo os médicos espanhóis procuravam trabalho nos centros de saúde e hospitais portugueses, neste momento, esta situação está a reverter-se. Na Galiza, por exemplo, existem neste momento seiscentas e oitenta sete vagas para médicos.

E ao que tudo indica, alguns médicos estão a regressar a Espanha por iniciativa dos Governos Regionais do seu país, que estão a envidar esforços para recuperar os seus técnicos.

Este retorno dos médicos espanhóis, já despoletou em Berta Nunes, coordenadora da sub-região de Saúde de Bragança, alguma preocupação e apreensão, dado que cerca de 10% dos médicos de família do distrito de Bragança são espanhóis e em declarações ao JN explicou que, “dez por cento dos nossos médicos de família são espanhóis e fazem falta, se forem embora ficamos numa situação complicada”, embora acredite que nem todos irão regressar uma vez “são os próprios médicos que dizem que aqui o exercício da profissão é mais gratificante”, e lembra que há bem pouco tempo a região do Nordeste já tinha perdido uma médica espanhola que trabalhava no Mogadouro e que regressou a Espanha.

Segundo Berta Nunes, “há pouco tempo os médicos de família em Espanha fizeram greve a exigir seis minutos por consulta, porque eles lá têm muito pouco tempo para atender cada utente. A nossa média aqui é de 15 minutos por consulta o que obviamente resulta num atendimento com mais qualidade”, conclui.

A responsável também adiantou que este possível regresso não tinha a ver com os honorários dos médicos, já que são equivalentes nos dois países, acrescentando que muitos dos médicos espanhóis vão optar por ficar em Portugal por se identificarem mais com o espírito e a prática da figura do médico de família português.

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