Na opinião de António Barreto, sociólogo e antigo ministro da Agricultura "há ameaças muito sérias ao Douro" que se podem repercutir na descaraterização de uma das regiões mais belas do mundo.

O sociólogo durienese, natural do Peso da Régua, exprimiu esta sua convicção durante a sessão de pré-apresentação do documentário "As Horas do Douro", no Palácio da Bolsa, no Porto.

Actividades novas como o turismo podem constituir “ameaças muito sérias”, e por isso têm que ser cirurgicamente controladas para não se degradarem e “matarem” toda a região.

O autor de vários ensaios sobre o Douro considera que "além de apresentar hoje uma situação social difícil e um património inigualável, o Douro não tem quem fale por si, quem actualmente a defenda”.

Na sua intervenção Barreto considerou de extrema necessidade olhar atentamente para os erros alheios, para que com eles os durienses possam aprender e assim precaver-se contra situações menos aprazadas.

Deu com exemplo negativo a região espanhola do vinho Xerês (sul de Espanha, na zona de Cádiz) que em poucos anos deixou de ser um vinho de prestígio e entrou em rápido declínio, por via de erros que conduziram à massificação da produção e ao esmagamento dos preços.

No entanto, o sociólogo duriense considera também que actualmente a região possui muitos bons técnicos e enólogos que sustentam uma garantia futura de qualidade.

Lamentou ainda a fragilidade em que a Casa do Douro se deixou cair e a sua incapacidade para defender os interesses da região, do vinho e dos vitivinicultores.

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