Várias associações e movimentos ambientalistas anunciaram hoje que vão avançar com uma nova queixa junto da UNESCO contra os alegados impactos negativos da barragem de Foz Tua no Douro Património da Humanidade.
Esta é apresentada como a primeira ação da nova Plataforma Salva o Tua - Associação de Defesa do Ambiente, fundada hoje por nove associações ambientais e por uma quinta de produção vinícola da região.
A plataforma entende que a recente decisão da UNESCO, que considerou a barragem compatível com o estatuto do Douro Património da Humanidade e permite o avanço das obras contempla "insignificantes medidas de minimização e compensação dos impactes negativos".
A Plataforma Salvar o Tua "enviou a todos os membros do Comité do Património Mundial da UNESCO um relatório que demonstra a incompatibilidade da construção da barragem de Foz-Tua com os valores protegidos, na sequência da classificação do Alto Douro Vinhateiro -- Património Mundial", refere, em comunicado.
Os subscritores da queixa frisam que "visa alertar para a necessidade de alteração da proposta de decisão final do Comité do Património Mundial da UNESCO, a ter lugar no Camboja entre 16 a 27 de Junho, no sentido de recomendar a suspensão completa das obras de construção da barragem, sob pena de a classificação do alto Douro Vinhateiro como Património Mundial deixar de fazer sentido".
A barragem de Foz Tua tem sido objeto de contestação de associações ambientalistas e movimentos regionais de defesa do vale e da Linha do Tua, entretanto desativada.
Os opositores do empreendimento em construção há dois anos, em Trás-os-Montes, alegam que a barragem vai também afetar o Douro Vinhateiro, Património da Humanidade e pretendem que a entidade internacional responsável pela classificação, a Unesco, ajude a travar a obra.
A barragem, concessionada à EDP, começou a ser construída há dois anos e os trabalhos sofreram um abrandamento durante o período em que a Unesco esteve a analisar uma anterior queixa apresentada pelo Partido Ecologista "Os Verdes".
A conclusão da obra foi adiada um ano, estando agora prevista para 2016.
A Plataforma Salvar o Tua é constituída pela GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente), Liga para a Proteção da Natureza, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza), Coordenadora de Afetados pelas Grandes Barragens e Transvazes, Associação dos Amigos do Vale do Tua, ALDEIA (Ação, Liberdade, Desenvolvimento, Educação, Investigação, Ambiente), FAPAS (Fundo para a Proteção dos Animais Selvagens) GAIA (Gripo de Ação e Intervenção Ambiental) e Quinta das Murças.
HFI // JGJ
Lusa/fim
Fonte: Agência Lusa
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