O presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, António Marçôa, admitiu hoje repensar a oferta de consulta aberta e serviços de urgência onde as novas estradas eliminarem as dificuldades de acesso das populações.
O responsável pelo organismo que congrega todos os hospitais e centros de saúde do Nordeste Transmontano ressalvou que "não está prevista nenhuma alteração ainda, mas pode acontecer efetivamente".
eliminarem as dificuldades de acesso das populações.
O presidente da ULS vincou que falta estudar se a conclusão do IP2, IC5 e Autoestrada Transmontana alteraram os pressupostos da atual rede de serviços, baseada na dificuldade de acessibilidade da população dispersa por um extenso território.
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Os autarcas do Distrito de Bragança assinaram, em 2007, protocolos com a Administração regional de Saúde (ARS) Norte, que garantiam, em troca do encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) consulta aberta nos centros de saúde, o reforço da rede de emergência pré-hospitalar e das urgências.
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"Nunca esteve no espírito dos protocolos que poderia diminuir ou retirar ainda mais serviços", afirmou à Lusa Berta Nunes, presidente da Câmara de Alfândega da Fé e antiga responsável pela sub-região de Saúde de Bragança.
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A autarca socialista acusa a ULS de prosseguir uma política "hospitalocêntrica" que contraria as orientações do Ministério da Saúde, cortando serviços nos centros de saúde para reforçar os hospitais.
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Mesmo com novas estradas, Berta Nunes alertou que a diminuição de serviços de proximidade agrava a acessibilidade das populações numa altura em que "os transportes não estão a ser pagos aos doentes".
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A hipótese levantada pela ULS é "completamente absurda" para o social democrata António Branco, presidente da Câmara de Mirandela, que pôs o Ministério da Saúde em Tribunal, alegando que não estar a cumprir os protocolos no que toca à urgência médico cirúrgica do hospital da cidade.
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"Foi por se construir a CREL, a A29 ou a VCI que foi alterada a rede de urgências em Lisboa ou no Porto? Então porque é que em Trás-os-Montes é diferente", questionou.
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António Branco defende que "não há alteração das condições" que estiveram na base dos protocolos e responde à ULS do Nordeste citando o despacho do juiz que deu origem à ação que a Câmara de Mirandela tem em Tribunal: "ninguém obrigou o Ministério da saúde a assinar os contratos e para serem alterados tem de ser bilateralmente".
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O responsável pela ULS do Nordeste, António Março, reconhece que a região "tem especificidades" que é necessário ter em conta e que eventuais alterações nunca podem ser realizadas com base "apenas em números".
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"Mesmo com as novas estradas eu, se quiser ir de Bragança a Freixo de Espada à Cinta, ainda demoro uma hora e tal", declarou.
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"Abriram o IP2 e o IC5 e ainda não notou que não é necessária a consulta aberta", acrescentou.
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O principal hospital da região, o de Bragança, situa-se a mais de uma hora de parte significativa da população, a mesma distância a que se encontra a única Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER).
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A população conta ainda com o helicóptero que o INEM quer deslocar de Macedo de Cavaleiros para Vila Real e que os autarcas impediram com uma ação em tribunal, ainda que provisoriamente.
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Os três hospitais da região situam-se no eixo da A4, a nova Autoestrada Transmontana, a 15 minutos uns dos outros, onde se concentra metade da população. A restante tem no centro de saúde o serviço mais próximo.
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HFI // MSP
Lusa/fim
Fonte: Agência Lusa
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