Será que estamos verdadeiramente protegidos? Numa situação inesperada com um grau considerado baixo de exigência operacional, a nossa Protecção Civil parece não saber dar uma resposta célere e adequada, perdendo-se nos confins das delimitações territoriais.

Ontem, durante a noite, a redacção do Notícias do Nordeste recebeu a informação de que a circulação automóvel estava bloqueada na zona do Alto de Espinho e em toda a descida que liga este local até á entrada da Auto-estrada de Amarante.

Numa situação de serviço público, como aquele que o Notícias do Nordeste (NN) pretende prestar, nada mais normal do que alertar as autoridades competentes para uma realidade que envolve alguns níveis, embora baixos, de perigosidade.

No primeiro telefonema realizado pelo NN, a percepção foi mais do que imediata relativamente a uma questão que envolve competências escalonadas em função da organização territorial a que a Protecção Civil dos portugueses está sujeita sob um decreto organizacional.

Disseram-nos da protecção Civil de Vila Real que o território onde uma bebé de nove meses esteve retida durante cerca de 4 horas, em pleno Marão fustigado pelo vento e por temperaturas negativas, com possibilidades reais de se criarem situações de hipotermia, era da competência da protecção Civil do Porto, embora os bombeiros mais próximos fossem, efectivamente, os de Vila Real. Só que sua acção estava limitada por uma lamentável fronteira.

É evidente que os portugueses, e particularmente todos aqueles que sofrem “in situ” este tipo de percalços não compreende a lógica burocrática que subjaz a esta protecção, tanto mais que o país é imensamente pequeno para burocracias com esta dimensão, a dimensão que em casos mais extremos até pode custar algumas vidas.

Ouça os depoimentos do responsável em serviço da protecção Civil de Vila Real e as preocupações de uma mãe que teve uma bebé com 9 meses retida dentro de uma viatura durante a madrugada e em plena montanha fustigada pela intempérie.

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