Durante três dias, de 10 a 12 de fevereiro, a aldeia de Podence, em Macedo de Cavaleiros, transforma-se no palco da tradição mais mediática do Nordeste Transmontano, onde acorrem milhares de turistas para assistir e participar no Entrudo Chocalheiro, um Carnaval Português, rural e bem longe dos ritmos do samba, mas não menos folião.

Despedem o inverno e saúdam a Primavera, para os Caretos o Carnaval é um ritual entre o pagão e o religioso, tão natural como a passagem do tempo e a renovação das estações.

Os jovens envergam os trajes coloridos (elaborados com colchas franjadas de lã ou de linho, em teares caseiros) escondem a cabeça dentro de uma máscara de lata, prendem uma enfiada de chocalhos à cintura e bandoleiras de campainhas e dispendem toda a energia do mundo para assinalar o calor e os dias maiores que se prestem a chegar.

Normalmente, contam com os favores do Sol, magnânimo para quem louva o seu reino com tanto fervor. Religioso também, pois assim se marca, com os últimos estertores da folia o início da Quaresma. Período de calma, reflexão e contenção do calendário religioso.

Adaptados ou não a tempos de mais brandos costumes o Carnaval de Podence mantém o clima fantástico de antes. Sedutores e misteriosos, os Caretos guardam a magia dos tempos em que as histórias junto à lareira franqueavam a entrada em mundos de sonho. A eles tudo se permite; o anonimato dá-lhes prerrogativas, dá-lhes poder. Por dois dias no ano os homens são crianças e quem mais brinca mais poder tem.

O evento “entrudo chocalheiro” é uma referência do carnaval mais genuíno de Portugal. O programa diferenciado, assente nos valores culturais, históricos, cénicos e na identidade local, promovem aquilo que é autêntico e tradicional.


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