Decorre por toda a região do nordeste transmontano uma campanha de monitorização de ninhos da Cegonha Branca. Uma ave característica do território português, principalmente na primeira metade do século XX, que depois sofreu uma quebra a partir dos anos 70, até meados dos anos 80. Em Bragança, Macedo de Cavaleiros, Vimioso e Miranda do Douro, a campanha de monitorização dos ninhos está a ser feita por voluntários, amantes da natureza e das aves. A Cegonha Branca também é conhecida por “Ciconia Ciconia”, tem entre 100 a 115 cm e pode chegar a pesar cerca de quatro quilos.
A primeira nidificação e recenseamento de ninhos na região foi feita em 1959 por Santos Júnior, que nesta época detectou a existência de 115 ninhos no distrito de Bragança. Em 1984, os ninhos eram apenas 20 porque nada foi feito até esta data para a sua reabilitação. Tudo porque o Ulmeiro, árvore da região propício à construção dos ninhos de cegonha, está a desaparecer e nada era feito para a construção de ninhos artificiais.
Agora, a região transmontana abriu os olhos para um dos principais problemas com que se debate a cegonha, ou seja, a construção sua nidificação. Nos locais propícios à localização de cegonhas foram colocados ninhos artificiais, tratados os exemplares feridos e são anilhadas as cegonhas juvenis. Estão ainda a ser podadas as árvores para que as cegonhas possam mais facilmente escolher a localização dos seus ninhos. Os voluntários encontram os ninhos através de cartas militares, e depois realizam uma visita ao local. Muitas horas de trabalho voluntário com a finalidade de sensibilizar as populações para a necessidade de preservar esta espécie.
No desenrolar dos recenseamentos chega-se à conclusão que, actualmente, as cegonhas correm perigo nos sítios que escolhem para habitar. Postes de electricidade e telefones são os locais preferidos para a nidificação que levam muitas vezes à electrocussão ou ao embate contra as linhas eléctricas espalhadas por toda a região.
Miguel Midões [29-04-2005]

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