Entre as 18:30 horas e as 20:00 horas da tarde de ontem não passou ninguém no Itinerário Principal nº 4 que liga Bragança ao Porto. O IP4 acabou por ser bloqueado entre os dois nós de acesso que permitem a ligação à cidade de Mirandela. Muitas centenas de automóveis, camiões e algumas motos juntaram-se num protesto de marcha lenta contra o encerramento do bloco de partos do hospital de Mirandela.

A adesão acabou por suplantar as expectativas de José Silvano, Presidente da Câmara Municipal de Mirandela, que em declarações à comunicação social manifestou satisfação pela participação popular. Na opinião do edil mirandelense foram "mais de dois mil automóveis, camiões, ambulâncias, motos e até autocarros" que estiveram a rodar ao longo da via a uma velocidade que não excedeu o limite de máximo de 10 Km/hora.

Silvano foi o mentor e o principal maestro deste protesto, e apesar de ter o apoio expresso de muitos autarcas da região, o edil da cidade do Tua nunca se viu acompanhado, no fim da tarde de ontem, por outros autarcas seus vizinhos.

Perante o sucesso deste protesto José Silvano não se coibiu de reivindicar ao governo as pretensões e os objectivos que estão por detrás da manifestação popular. “ Senhor primeiro-ministro desautorize o seu ministro da saúde, faça como prometeu, uma descriminação positiva para esta região”. “Deixe-nos ficar as duas maternidades pelo menos enquanto não estiver concluída a A4, o IP 2 e o IC5”.

O encerramento da Maternidade de Mirandela está previsto para segunda-feira, dia 11 de Setembro, mas até lá deverá dar entrada no Tribunal Administrativo uma providência cautelar que a autarquia vai apresentar com efeitos suspensivos da decisão. A esta providência cautelar dever-se-ão seguir iniciativas do mesmo âmbito por parte dos municípios de Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães e Macedo de Cavaleiros.

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